Foi em Londres que iniciou o seu percurso profissional, como vendedora de eletrodomésticos e depois como gerente de um estabelecimento. No entanto, ao regressar a Portugal, mudou definitivamente de setor. Sofia Loureiro começou por trabalhar para o extinto Serviço Nacional de Bombeiros (SNB), tendo pouco depois aceite o desafio de integrar a Escola Nacional de Bombeiros (ENB), aquando da sua fundação. Até hoje, enquanto secretária da instituição, é responsável por assegurar o bom funcionamento do Gabinete de Apoio à Direção.
Como surgiu o desafio de integrar a equipa da ENB?
Quando trabalhava no Serviço Nacional de Bombeiros, em 1996, o Presidente do SNB da altura, Eng.º Barreira Abrantes, convidou-me para integrar os quadros da ENB. Na altura, foi uma decisão um pouco difícil de tomar, pois havia a possibilidade de ser integrada nos quadros da função pública, mas resolvi apostar na Escola e até hoje não me arrependo.
Quais os acontecimentos da vida da instituição que mais a marcaram?
Foram tantos! Em 27 anos muita coisa aconteceu, vou tentar referir os mais importantes cronologicamente. Em 1996 tive a honra de organizar a primeira reunião da EFSCA (European Fire Service College Associations) em Portugal. Um ano depois, foi assegurada a participação da ENB, pela primeira vez, na Segurex, ainda na antiga FIL.
Em 1998 a Escola é convidada a participar na reunião do CTIF em Portugal. Este ano terminou em beleza, porque a Festa de Natal foi para os colaboradores e familiares e foi muito engraçada porque foi toda organizada por um grupo de funcionários, no ginásio, onde é hoje o Centro de Simulação e Realidade Virtual, e consistiu numa série de jogos tradicionais.
Em 2000 organizei o Seminário “Os Bombeiros e o Socorro Pré-hospitalar” em Fátima no Auditório Paulo VI que foi o maior Seminário organizado para bombeiros até então Em 2002 participei na Gala do Bombeiro no Coliseu dos Recreios e foram realizados Encontros Técnicos por todo o país o que me fez correr o país de norte a sul.
Durante os anos de 2006 e 2007 a Escola teve uma campanha denominada “Saber para Prevenir”, que consistia em montar bancas para ensinar as manobras de RCP, as quais eram habitualmente nas praias, o que me permitiu ficar a conhecer muitas praias por todo o país.
De 2006 a 2008 a Escola ministrou uma Pós-Graduação em “Gestão de Emergência”, com a qual estive muito envolvida, pois fazia a coordenação entre alunos e corpo docente. Esta foi uma das atividades que mais gosto tive em desempenhar na Escola. Na sequência da Pós-Graduação tive que organizar dois Seminários, em 2007 “Gestão de Emergência” em Castelo Branco e em 2008 “Novos Desafios na Gestão da Emergência” em Santarém no CNEMA.
O ano de 2015 foi um ano inesquecível porque se comemoraram os 20 anos da Escola e tive o privilégio de participar na organização das comemorações bem como nas cerimónias de inauguração do Centro de Simulação e do tão ambicionado Campo de Treinos. Em 2016 realiza-se no Algarve pela primeira vez o AlgarSafe onde estive presente a representar a ENB e fizemos o lançamento do Manual de Primeiros Socorros Pediátricos.
Mais a nível interno e informal, que momentos vale a pena recordar?
Em 1998 um grupo de colegas organizou um Rally Paper que foi um momento de convívio entre colaboradores, família e amigos, que ainda hoje é recordado por todos os que nele participaram. Até 1999, no verão, à hora de almoço, usávamos a piscina e era uma animação, depois fomos proibidos de o fazer o que foi uma pena!
Em 2005 foram as comemorações do 10º aniversário da ENB. Um dia muito animado e de convívio entre todos os colegas que até deu direito a ir toda a gente para a piscina!
Outro momento marcante foi a festa de Natal de 2019, esta festa foi especial porque todos participaram e contribuíram para a sua realização, foi uma festa inesquecível e mal sabíamos que pouco depois iriamos ficar confinados! Houve de certeza muitos mais momentos, mas estes são os mais marcantes e que não me esqueço.
E a nível internacional?
Pela primeira vez, em 2006, a Escola participou num projeto europeu, “Secure All”, o que me permitiu viajar para Praga e Países Baixos. Em 2016, no âmbito do Projeto IGNIS, dei apoio na organização da parte logística e de secretariado no exercício realizado em Portugal, o qual teve um grande impacto internacional, pois era a primeira vez que estávamos a dar a conhecer o nosso Centro de Realidade Virtual a estrangeiros e foi um sucesso.
Em 2017 passei pela experiência de aprender a organizar uma visita real, pois recebemos na Escola a visita dos Reis da Holanda, para mim foi um dia inesquecível. Ainda em 2017 a ENB era parceira do Projeto MEFISTO e assim organizei e participei na reunião do projeto em Portugal.
Em maio de 2018 a ENB volta a ser anfitriã da Assembleia Geral da EFSCA a qual foi por mim organizada, no último dia por unanimidade dos membros foi-me atribuída a medalha de prata da EFSCA, pela excelência da organização, escusado será dizer que foi algo que me deixou muito feliz.
Em 2020 viajei até Itália para participar numa reunião preparatória dos cursos do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, porque era suposto iniciarem uns meses mais tarde, o que devido à pandemia só se veio a verificar dois anos mais tarde.
Já no final de 2021 a Escola recebe um exercício Internacional “Modex” o qual foi muito exigente em termos de organização, mas que também terminou repleto de elogios.
Este ano ainda vai a meio e já conta com dois importantes marcos, a participação na organização do primeiro curso realizado em Portugal do Mecanismo Europeu de Proteção Civil e a organização das comemorações do 27º aniversário da ENB e ter recebido uma lembrança pelos 25 anos de casa e um louvor.
Como vê o futuro da ENB?
Sempre a crescer, a ter um papel cada vez mais relevante no âmbito do Sistema da Proteção Civil e na sociedade em geral, com um reconhecimento internacional cada vez maior.
Como gosta de ocupar os tempos livres?
Gosto de os ocupar com praia, muita praia, bricolage, convívio com amigos, ouvir música e dançar.